sábado, 28 de agosto de 2010

Visibilidade através da Malha Logística

Conheça, em síntese, nossa metodologia para agregar maior visibilidade à logística, visando subsidiar analises, decisões e melhorias nos processos físicos e lógicos.
Conheça, em síntese, nossa metodologia para agregar maior visibilidade à logística, visando subsidiar analises, decisões e melhorias nos processos físicos e lógicos.
Quando necessitamos desenvolver um estudo de localização com o objetivo de subsidiar o processo de tomada de decisão para identificar onde posicionar uma fábrica, um centro de distribuição ou um ponto de venda, a malha logística é uma ferramenta imprescindível de forma que cada alternativa possa ser detalhada e analisada. Até mesmo o processo S&OP (sales and operation planning) de planejamento macro da logística pode ser facilitado quando existe uma malha logística. Enfim, muito utilizado nos estudos de logística empresarial, o esquema ilustrado acima nos permite descrever, compreender e comunicar os fluxos de materiais, informações e até mesmo recursos financeiros, agregando diversos dados relevantes, isto nos valendo de uma simbologia universal, inclusa na legenda da mesma figura.
O método para “Sincronização da Malha Logística” envolve, fundamentalmente, cinco etapas, onde inicialmente procuramos compreender a situação atual para, em seguida, arquitetar uma nova realidade, onde os relacionamentos com os clientes possam ser significativamente melhorados e os esforços para atendê-los, minimizados. Quando a visão estiver clara e consistente, detalhamos um plano de implementação e o executamos. Finalmente, uma auditoria poderá comprovar se de fato fomos bem sucedidos, ou então que medidas corretivas são necessárias para os ajustes finais.

Situação atual
Quando a equipe concluiu o reconhecimento in-loco e o desenho da malha logística tem em mãos o esquema do cenário inicial na versão designada “como é”, o que possibilita a visibilidade e avaliação dos incômodos atuais. Existem alguns critérios e recomendações que padronizam o método.
Os pontos de origem dos materiais são posicionados à esquerda, e os pontos de consumo à direita. Interligando-os, temos a cadeia de abastecimento (supply chain), com as diversas camadas que agregam valor aos materiais devidamente identificadas, através de uma simbologia padronizada e dos “Infobox”, que são quadros e balões que apresentam informações críticas, tais como:
  • N° de turnos
  • N° de operadores
  • Principais recursos
  • Recurso com restrição de capacidade (gargalo)
  • Nível de produção
  • Tamanho do lote
  • Tempo de ciclo
  • Tempo de troca (setup)
  • Variedade de itens ou número de SKU (unidades distintas mantidas em estoque)
  • Tipo de embalagem
  • Índice de perda

Existem outros elementos que podem ser agregados aos esquemas de malhas logísticas:
  • A abrangência da malha logística pode se limitar ao fluxo interno ou gate-to-gate, isto é, entre os portões da empresa ou pode ser expandida para a logística de distribuição, incluindo os centros de distribuição, atacadistas, varejo e consumidores; e para a logística de abastecimento, envolvendo os fornecedores, fornecedores dos fornecedores, etc. No caso de ocorrerem várias possíveis configurações de malhas logísticas, usualmente nos referimos a cada uma destas alternativas como um diferente cenário.
  • Podemos identificar os fornecedores, fábricas, centros de distribuição, armazéns, segmentos de mercados e clientes, indicando suas localizações e distâncias. E ainda canais de distribuição, modais, métodos, transportadoras, operadores logísticos, lead-times e freqüências de transporte;
  • Pode ajudar identificar rotas críticas ou preferenciais (destaque o caminho crítico) e, se houverem, vias alternativas e contingenciais;
  • Volume e intensidade dos fluxos em unidades, volumes ou valores econômicos (balanço material e estequiométrico);
  • Tempo dos processos e setups, incluindo tempo efetivo para agregação de valor e tempos de filas, nas situações mais prováveis, otimistas e pessimistas;
  • Cobertura média dos estoques e esperas;
  • Meio de transmissão das informações;
  • Pontos de controle (inspeção visual, quantitativa, qualitativa, amostra, análise, check-in, check-thru ou check-out) e decisão, podendo indicar pessoa ou departamento responsável;
  • Equipamentos e sistemas de informação requeridos para planejamento e controle dos processos;
  • Fato gerador e formas de desembolso, crédito, débito e tributação das transferências financeiras;
  • Rendimentos, eficiências, perdas, refugos, consumo de energia e custos das atividades;
  • Restrições, limites, fronteiras, barreiras e possíveis obstáculos;
  • Quaisquer incertezas;
  • Comentários, figuras, fotos, movigramas, logos e legendas.
Em termos de ferramenta, na prática, o esquema da malha logística pode ser facilmente desenhado no papel ou utilizando-se softwares especializados de desenho, tais como AutoCAD® ou MS-Visio®. Também pode ser elaborado com soluções mais populares e acessíveis, tais como o MS-Powerpoint®, possibilitando o intercâmbio de arquivos e a impressão em qualquer tamanho de papel, desde A4 até A0, estes últimos para impressões em plotters. Escolha a que preferir, papel ou no computador, considerando que:
  • Papel é a solução mais simples, e está ao alcance de todos.
  • Computador é mais prático e produtivo, quando houver alterações.
  • Programas de apresentação (tais como o MS-PowerPoint) são universais.
  • Aplicações CAD são mais sofisticadas e poderosas.
Concebendo a situação proposta
Esta é a etapa mais complexa, pois requer conhecimento e, principalmente, criatividade. Uma das estratégias mais efetivas, em nossa experiência, envolve a participação dos principais envolvidos. Novamente a comunicação é fundamental, para que todos compreendam da mesma forma os problemas centrais e, juntos, encontrem soluções de consenso.
Planejamento: As etapas seguintes requerem conhecimento e habilidades em gerenciamento de projetos. Sabemos que o planejamento, especificamente, visa minimizar os riscos inerentes de uma mudança, e que não são poucos. Portanto, será preciso identificar as atividades necessárias, detalhar sua programação, e orçar os investimentos requeridos. A identificação dos riscos, sua avaliação e o planejamento das contingências complementam todo o conteúdo que será consolidado e submetido à aprovação da empresa.
Execução: É nesta etapa que, de fato, as mudanças acontecem. A Integração entre os envolvidos é crítica, e estes relacionamentos são gerenciados através de liderança e negociação. Aqui, mais pessoas são envolvidas e toda a comunicação requerida é subsidiada pelo conteúdo previamente preparado.
Auditoria final: Nesta última etapa verificamos as diferentes percepções, através de algumas simples questões-chave:
  • Como era (situação original)?
  • O que foi proposto (a concepção do ideal)?
  • O que se obteve (como foi efetivamente realizado)?
  • O que se pode e se deve fazer (recomendações)?
Conclusão
Aprendemos que é preciso que sejamos práticos e realistas durante o processo. Enfim, entendemos que o ótimo é inimigo do bom, e que hoje nos basta o bom. Assim, perseverando neste processo de melhorias contínuas, amanhã certamente alcançaremos e ultrapassaremos o ótimo, atingindo a excelência.

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