terça-feira, 24 de agosto de 2010

PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE OS TRANSGÊNICOS





O que são os transgênicos?
Espécies cuja constituição genética foi alterada artificialmente e convertida a uma forma que não existe na natureza. Os cientistas adicionam o gene de um vegetal, animal, bactéria ou vírus e, assim, dão novas características à espécie modificada. A modificação genética é feita para que o organismo obtenha características diferentes das suas, como melhora nutricional em alimentos ou para tornar uma planta mais resistente a pragas.
Quais são os alimentos transgênicos?A variedade de produtos transgênicos é ampla. Soja, milho, algodão, canela, mandioca, inhame, batata-doce, tabaco, arroz, tomate e trigo são algumas das culturas beneficiadas.

Para que servem?
Plantas resistentes a herbicidas permitem que o veneno seja aplicado e apenas as pragas morram, sem prejuízo para a plantação. Também há espécies que receberam genes de um bacilo e ficaram resistentes a insetos. A tecnologia tem outras aplicações na agricultura, como a produção de alimentos mais nutritivos ou resistentes ao clima, ainda não tão exploradas.

Por que são importantes?
Podem amplificar a produtividade e melhorar os ganhos dos produtores. Outra promessa é a de alimentos mais fartos e baratos, ou com propriedades nutricionais mais apuradas.

São seguros?
A tecnologia pode gerar plantas estáveis e resistentes e outras que oferecem riscos à saúde e à ecologia. Cada caso, portanto, precisa ser rigorosamente avaliado. A Organização Mundial da Saúde informa que o consumo de transgênicos como a soja e o milho, aprovados nos Estados Unidos, não causou nenhum prejuízo à saúde humana.
Quando surgiram os transgênicos?
Eles surgiram na década de 1970, quando foi criada a técnica do DNA recombinante e a engenharia genética produziu um filhote comercial: insulina humana feita por bactérias modificadas, com menor taxa de rejeição entre os diabéticos.
Os transgênicos podem ser cultivados normalmente no Brasil?
Não. Desde 1998, uma liminar proíbe o cultivo comercial de OGMs no país sem estudos prévios de impacto ambiental - exigência desrespeitada pelos produtores de soja no Sul. Ainda assim, a legislação brasileira relacionada a transgênicos - especialmente a Lei de Biossegurança de 1995 - é vista por muitos cientistas como uma das mais completas do mundo.

DICAS PARA QUEM TEM MEDO DE TRANSGÊNICOS
. Prefira produtos orgânicos, que têm menos possibilidade de serem transgênicos
. Preste atenção nos rótulos dos produtos industrializados, que são obrigados a ter um aviso sobre o uso de ingredientes geneticamente modificados
. Fique mais alerta quando os produtos forem feitos a partir de milho ou soja. Estas são as sementes mais utilizadas em pesquisas com OGMs
. Se você apresentar qualquer tipo de reação a um determinado produto transgênico, faça um comunicado ao posto mais próximo do Idec, o Instituto de Defesa do Consumidor
. O Serviço de Atendimento ao Consumidor das empresas (com endereço nas embalagens) pode dar informações mais detalhadas sobre a composição dos produtos. Se tiver dúvidas, ligue para conferir 

CURIOSIDADES
 Os maiores produtores mundiais de organismos geneticamente modificados são, na ordem, Estados Unidos, Argentina, Canadá e China.
 Os Estados Unidos respondem por dois terços das áreas cultivadas no mundo, com destaque em milho, soja, algodão e canola. Além disso, foi o primeiro país a plantar OGMs comercialmente, em 1996, e são os que mais exportam e consomem esse tipo de alimento.
 O Brasil é o único grande produtor mundial de grãos não-transgênicos.
 Pesquisa do Ibope realizada com 2 mil brasileiros em dezembro de 2003 indica que 73% dos entrevistados são contra a liberação dos transgênicos no país até que exista consenso na comunidade científica a respeito da segurança desses organismos para o meio ambiente e a saúde humana.
OS PRÓS E CONTRAS DOS TRANSGÊNICOS
PRÓS
Combate à fome
Um dos benefícios que os transgênicos poderiam trazer é comida mais barata para milhares de pessoas famintas e subnutridas em todos os países pobres do mundo. Sabe-se que há mais de 800 milhões de famintos sem condições mínimas de sobrevivência em todo o mundo.
As plantas transgênicas são mais resistentes e, aparentemente, podem reduzir o custo de produção, viabilizando uma maior oferta de comida, então, mais barata. Dados indicam que produtos transgênicos têm custo de produção 20% menor que os demais. Além disso pode-se enriquecer tais alimentos com mais vitaminas, como novo arroz transgênico, rico em vitamina A, ou usá-los em tratamentos específicos.
“Super Alimentos”
Uma das promessas do cultivo e comercialização dos transgênicos são os super alimentos, legumes, grãos e verduras mais nutritivos, resistentes a agrotóxicos, e com menos gordura.
Com alimentos resistentes, os agricultores podem aplicar maior quantidade de agrotóxicos para combater pragas sem correr o risco de o alimento ser destruído. Mas, uma questão ainda não respondida por pesquisadores é se quem ingere o alimento com maior dose de agrotóxico não recebe doses deste produto.
CONTRAS
Riscos à saúde
Estudos feitos pelas multinacionais interessadas na liberação do cultivo e comercialização de alimentos transgênicos têm sido contestados por inúmeros cientistas. Segundo boa parte deles, alguns riscos à saúde que os OGMs trazem são praticamente certos, como riscos de alergia.
O mais temido dano que os transgênicos podem causar à saúde do homem é a transferência da sua resistência para microorganismos patológicos, como bactérias que causam infecções. Não há notícias que isto tenha ocorrido de fato, mas especialistas não descartam esta hipótese. Cobaias alimentadas com transgênicos têm apresentado alterações em seu sistema imunológico e em vários órgãos vitais.
Impacto Ambiental
O cultivo de OGMs pode causar impactos no meio ambiente, como perda de biodiversidade e erosão genética, o surgimento de super ervas daninhas próximas a plantação, correndo-se o risco das ervas ficarem resistentes ao próprio herbicida que deveria matá-las. Outro risco apontado é a possibilidade de resistência de insetos e pesticidas, que evoluiriam e se tornariam imunes à resistência dos transgênicos.



NA INTERNET
Comissão Técnica Nacional de BioSegurança (CNT Bio):www.cntbio.gov.br

Ministério da Agriculturawww.agricultura.gov.br



Union of Concerned Scientists: www.ucsusa.org

Royal Society: www.royalsoc.ac.uk




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