domingo, 29 de agosto de 2010

«Logística Hospitalar: O Impacto na Gestão»


O Healthcare Briefing sobre «Logística Hospitalar: O Impacto na Gestão» juntou vários especialistas nacionais e espanhóis. Para o Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, que foi moderador da sessão, a logística hospitalar é um ponto essencial quando se fala em gestão e na eliminação de desperdícios. «Não acredito que a solução esteja na injecção de mais dinheiro nas unidades hospitalares, mas no fazer mais e melhor com o que se tem», continuou.

O Director de Logística do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Pedro Lima, apresentou o exemplo do Hospital de Santa Maria e do Hospital Pulido Valente. A complexidade dos grandes hospitais, nomeadamente os centrais como é o Hospital de Santa Maria, exige uma boa gestão da logística. Em 2006, houve uma reestruturação do serviço de logística do Hospital Santa Maria, passando-se a automatizar todo o processo. Construiu-se um armazém central novo, todo automatizado e os resultados não se fizeram esperar. Os desperdícios diminuíram e, com os pedidos informatizados, os profissionais não tinham de se deslocar metros e metros, por longos corredores, para tratarem de questões logísticas.

Com a fusão do Hospital Santa Maria e do Hospital Pulido Valente, o processo de modernização continuou. A inovação não se ficou pelos anos de mudança. O responsável de logística destacou a importância de se incutir uma cultura organizacional que opte pela mudança constante. Uma das áreas essenciais no processo de logística do Centro Hospitalar Lisboa Norte é também a consignação, isto é, o hospital só tem responsabilidade sobre o material no dia em que o compra. Assim, só compra o que é necessário. Além disso, o sistema tem sido adaptado às necessidades dos profissionais.

A adaptação às necessidades dos profissionais também acontece no Parc Taulí, na Catalunha (Espanha). «O processo adapta-se temporariamente à medida das necessidades de cada um», disse Joan Antoni Gallego, Director de Economia, Inovação e Finanças do parque, que está a apostar na automatização de todo o processo logístico, com o apoio da Health Lean Logistics (HLL). As linhas básicas do projecto de modernização que está a decorrer assentam na tecnologia que contribui para uma maior eficiência. «Não basta haver uma plataforma», referiu Joan Antoni Gallego.
A plataforma implementada está interligada com todas as áreas dos grupos hospitalares e dispõe de um moderno SGA, eficiente e fiável, de alto rendimento e conectado com os sistemas, de acordo com Gallego e Vicente Salcines, o Director de Logística da HLL.

O projecto tem várias etapas, como a gestão planeada da plataforma, a gestão do aprovisionamento por parte dos sócios (organização multipropriedade) e o objectivo é alcançar a gestão unificada da plataforma com projecções para um modelo de compras e contratações conjuntas.


Planejamento Estratégico - Estruturas

Apresentação e Conhecimentos - Hotelaria Hospitalar

Apresentação 01

Apresentação 02

Apresentação 03

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"Logística Hospitalar: O Impacto na Gestão"




Healthcare Briefing "Logística Hospitalar: O Impacto na Gestão"


LOGÍSTICA HOSPITALAR - informações




sábado, 28 de agosto de 2010

LOGÍSTICA HOSPITALAR


LOGÍSTICA HOSPITALAR - dowlouads

DANIEL GASNIER


Sinopse do livro




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Guia Prático para Gerenciamento de Projetos – Manual de sobrevivência para os profissionais de projetos”, de Daniel G. Gasnier, é um livro best seller publicado pelo Instituto IMAM, revisado agora em 2010 na sua 5° edição.
A obra mostra – através de suas 166 páginas e oito ca pítulos - como planejar e gerenciar os empreendimentos de uma forma prática e atualizada, através de uma metodologia estruturada coerente com a 4° edição do PMBoK/PMI. Foi desenvolvida para auxiliar os profissionais de gerenciamento de projetos, tanto os novos como aqueles mais experientes, na ciência e arte da concepção de estratégias, viabilização e venda de propostas, organização e sistematiza ção dos processos, bem como na comunicação e integração das pessoas, visando fazer acontecer, trazendo produtos e serviços à realidade.
Inicia com a introdução ao ambiente de gerenciamento de projetos, para que o leitor compreenda a realidade deste contexto, as instituições e o atual estado-da-arte. A seguir trata da iniciação do projeto, onde é mostrado como analisar e ar gumentar sua viabilidade técnico-econômica e como administrar os diversos projetos que a or ganização empreende. Daí é abordado o planejamento, onde são estruturados os diversos de talhes de um plano do projeto.
Enfim, após a obtenção do sinal verde dos patrocinadores, é abordada a execução propriamente dita e, em paralelo, o controle das atividades. O que deve ser observado ao final do empreendimento é visto no capítulo de encerramento, e o livro é finalizado com comentários sobre a implementa ção da cultura de gerenciamento de projetos em toda a empresa.
Arquivos para imediata aplicação
Faz parte do livro uma coletânea de arquivos para documentação de projetos, pron tos para utilização: formulários e check-lists MS-Word, apresentações MS-Powerpoint e mode los MS-Project, aplicações, artigos, ilustrações, metodologias e links da Internet.

Bibliografia recomendada

Seleção pessoal: Veja aqui uma coletânea de livros extraordinários (nome, autor, editora, tema e o motivo porque estão sendo recomendados).


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  1. Portal para aquisição de livros do IMAM.
  2. PMBoK (Project Management Body of Knowledge) 4° edição. É um guia para o Gerenciamento de Projetos, publicado e frequentemente atualizado pelo Project Management Institute (PMI). Descreve o que precisa ser feito para assegurar o sucesso de qualquer projeto, sendo texto de referência para o processo de Certificação PMP (Project Management Professional). Para saber mais, visitewww.pmi.org.
  3. Teoria Geral da Administração, Chiavenato. São dois volumes, utilizados como livro texto para cursos de administração de empresas, apresentando diversos de modelos de gestão.
  4. Planejamento Estratégico, Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira, editora Atlas (cartilha com os conceitos básicos para realizar este processo).
  5. Decisões Inteligentes, Hammond, Keeney e Raiffa, Editora Elsevier (Tomada de decisões)
  6. First Things First, de S. Covey (Princípios de Adminitracao do Tempo; Na minha opinião, alias, qualquer livro do Covey não tem erro!).
  7. A Tríade do Tempo, Christian Barbosa, Editora Campos (mais sobre Administração do tempo).
  8. Writers INC, um excelente manual para escrever (em inglês), muito bem produzido e ilustrado, Sebranek, Kemper e Meyer, Write Source (Comunicação).
  9. Seja Assertivo, Vera Martins, Editora Alegro (Negociação; para desenvolver a Habilidade de afirmar NÃO).
  10. O Espírito criativo, Goleman, Kauman e Ray, Cultrix – Amana Key (Criatividade, Série da BBC).
  11. A Meta (originalmente traduzido pelo IMAM do best seller The Goal), Eliyahu Goldratt e Jeff Cox, 1984 (Apresenta os principios da Teoria das Restrições).
  12. Mais do que sorte, um processo de raciocínio - Eliyahu Goldratt, 1994 (conheça o processo socrático).
  13. Corrente Crítica, E. Goldratt, 1997, Editora Nobel (Teoria das restrições aplicada ao GP).
  14. A Estratégia em Ação, 1997, Editora Campus {Negócios e Indicadores de desempenho; Best seller que popularizou o modelo Balanced Scorecard (BSC) de gestão empresarial}.
  15. Zapp, O Poder da Energização, William Byham, Editora Campus (Motivação e Empowerment).
  16. Em Busca de Sentido, Victor Frankl, Editora Vozes (Planejamento estratégico; Este é o livro sobre um psicólogo Judeu num Campo de Concentração, indicado pelo Joel Barker em seu video best seller "O Poder da Visão")
  17. A Máquina que mudou o mundo, Womack, Jones e Roos, 1992, Editora Campus (Negócios; analisa a indústria automobilistica e produtividade).
  18. The mind map book: How to use radiant thinking to maximize your brain’s untapped potential, Tony Buzan with Barry Buzan, Plume, 1996 (trata de mapas mentais, em inglês).
  19. O poder da inteligência criativa, Tony Buzan, Cultrix (Mapas mentais e criatividade).
  20. A lei de Murphy, Arthur Bloch, Record (Gestão de riscos; dispensa comentários).
  21. Como fazer amigos e influenciar pessoas, Dale Carnegie (Principios para construir e manter bons relacionamentos e conduzir negociações).
  22. Como Chegar ao Sim, Fisher e Ury, Editora Imago (Best seller sobre princípios de negociação, tais como a MAANA e Separar as pessoas do problema).
  23. Estratégias de negociação, Roger Fisher e Danny Ertel, Ediouro (Negociação; Guia passo-a-passo para estruturar negociações complexas, com formulários) 
  24. Relacionamentos Estratégicos, Leonard Greenhalgh, 2002, Negócio editora (Negociação; muito bom, mas leia-o após Como Chegar ao Sim).
  25. Intrapreneuring, Gifford Pinchot III, Ed. Harbra (Negócios; principios de intraempreendorismo).
  26. Princípios de Administração Financeira, Lawrence Gitman, Ed. Harbra (Livro texto de cursos de Finanças).
  27. Axiomas de Zurique, Max Gunther, Editora Record (Finanças; conselhos de um investidor bem sucedido ao seu filho).
  28. Mercados Financeiros Fora de Controle, Benoit Mandelbrot, Editora Elsevier (Finanças; A teoria dos fractais explicando o comportamento dos mercados)
  29. O Desafio aos Deuses, Peter Bernstein (Gerenciamento de Riscos; conta a história dos riscos).
  30. Free, o futuro dos precos, Chris Anderson (Custos; analisa e explica os modelos de subsídios cruzados).

SCM decorre do plano estratégico

Sua empresa não está desenvolvendo suas estratégias logísticas sem antes definir em consenso o plano estratégico do negócio, não é mesmo?

Quando conversamos sobre o Planejamento Estratégico (PE) da empresa precisa estar claro para todos os envolvidos que estamos tratando de um processo de inovação para longo prazo. Logo de partida - para facilitar este processo - é fundamental que seja definido qual será este horizonte cronológico da visão estratégica. Se para uma pessoa a resposta não é fácil (pois é preciso refletir sobre toda a expectativa de sua vida), no caso de uma empresa que pretende se perpetuar, a dificuldade pode ser maior ainda. Na pratica, é usual focalizar na longevidade da atual gestão, pois este direcionamento deverá ser revisado sistematicamente nas gestões futuras.
Assim, como você percebe, enxergar longe é o tipo de desafio que exige um extraordinário esforço criativo, que não pode ser negligenciado, no entanto geralmente é subestimado. A dica é simples: Mais importante do que produzir um documento é vivenciar o evento, isto é, se os envolvidos realmente não acreditam no PE, não perca tempo.

Visão empresarial

Precisamos de líderes que direcionem o planejamento estratégico, catalizando o consenso de sua comunidade “para onde vamos”. Este desafio inclui a comunicação desta visão, que deve ser simples e entusiasmante. Observe com os exemplos de lideres visionários, tais como Walt Disney, Konosuke Matsushita e Martin Luther King, capazes de influenciar idéias e comportamentos (ler suas bibliografias pode ajudar bastante).
Naturalmente, esta visão empresarial pode e deve ser desdobrada em termos logísticos. O gestor da logística precisa compreender e comunicar o significado da função logística, concebendo com sua equipe um cenário o mais próximo possivel do atendimento perfeito (eficaz e eficiente).

Diagnostico da logística atual

O reconhecimento da situação atual procura responder a questão “onde estamos?”. Para tanto, o clássico método SWOT se destaca, entre inumeras metodologias de diagnóstico, graças a sua simplicidade. A abordagem SWOT busca, de forma prospectiva, identificar os pontos fortes (strengths), fracos (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats).
Sempre pragmático, o gestor de logística/SCM, ao diagnosticar a situação atual deve procurar identificar “quem são os envolvidos e quais são as suas legitimas necessidades”. Sugerimos listar as pessoas e funções, tais como acionistas, diretoria, clientes, marketing, vendas, operações, colaboradores, compras, fornecedores e finanças. Em seguida, relacione seus inputs, processos, recursos, insumos, outputs, sistemas (ISO, GMP, SOx, etc..) e controles relevantes, para organizar os suprimentos requeridos.

Objetivos logísticos

Nos planos estratégicos, aqueles que estabelecem os objetivos empresariais são os principais executivos da empresa. Então, a partir dos objetivos e estratégias mercadológicos, o gestor da logística inicia os desdobramentos em termos de objetivos e estratégias logísticos, isto é, a logística decorre do marketing, que por sua vez decorre da visão empresarial.
Não há muito mistério quanto aos objetivos, mas é interesante relembrar: Devem ser poucos (focalizando esforços), relevantes(prioritários), quantificados (mensuráveis), realistas (motivadores) e comunicados.

Premissas

São regras declaradas que definem aquilo que pode e aquilo que não pode ser feito, limitando as ações estratégicas. Podem serprincipios éticos (diferenças entre aquilo que se considera certo ou errado), valores empresariais (crenças sobre prioridades da empresa), políticas administrativas e responsabilidades.
Percebendo a importância destas premissas, muitos gestores da logística têm ultimamente empreendido projetos cujo propósito é formalizar e comunicar estas politicas entre os envolvidos. Naturalmente, esta infra-estrutura organizacional deveria preceder a implementação de qualquer sistema de informações, planejamento e controle, mas você já está imaginando que muitas empresas ainda negligenciam este esforço também.

Estratégias logisticas

A estratégia define o caminho a trilhar e, tão importante quanto, aquilo que não faremos. Portanto, conceber estratégias logísticas consiste em responder como iremos atender as demandas eleitas como prioritárias para a empresa. O marketing deve definir quais produtos e/ou serviços serão oferecidos. O que entregamos, e de que forma? Qual o preço e, portanto, qual o custo-alvo?
Daí, o gestor da cadeia de abastecimento começa a arquitetura da “geografia logística” ideal, reconhecendo o terreno através do desenho da malha logistica. Como consequência, um posicionamento estratégico começa a ser delineado: Quais nossos pontos de partida, onde atuaremos e quais são os alvos? Onde haverá resistência e onde existem riscos? Onde estaremos instalados e onde alocar os estoques?

Plano Diretor de Logística

Até aqui relacionamos importantes perguntas-chave, no entanto começamos a identificar a complexidade dos dilemas e decisões inter-relacionadas. Para respondê-las, elaboramos o Plano Diretor de Logistica. Este plano detalha como a estratégia será implementada, isto é, especifica toda a infra-estrutura logistica requerida pelo lado da oferta, para atender o lado da demanda.
Nele dimensionamos os recursos (próprios e/ou terceiros), o modelo de planejamento e controle, as tecnologias empregadas, os meios de comunicação e a arquitetura da informação, dos cadastros e do PDM (Padrão descritivo dos materiais). Em termos dos profissionais, definimos como pretendemos identificar, reter, desenvolver e gerenciar capital humano, pois sabemos que sem pessoas competentes nenhum sistema prosperará.
Depois deste “design logístico”, ocorre o planejamento da implementação, com a elaboração de planos de ação, cronogramas e orçamentos. Em termos da gestão de riscos, é fundamental implementar medidas preventivas e contingenciais, no entanto os detalhes deste assunto serão abordados no décimo capitulo desta série, bem como o tema dos projetos logísticos, no sexto artigo.
Por fim, fechando o processo de gestão logística (que nunca termina, diga-se de passagem), chegamos aos controles. Para assegurar que alcançamos nossas metas de progresso no Plano Diretor de Logística, se fazem necessarios os indicadores gerenciais. Então os selecione com sabedoria, pois você tende a alcançar aquilo que mede.
Através dos indicadores da eficácia logística, podemos acompanhar e corrigir os processos de atendimento (costumer service), e através dos indicadores da eficiência logística, as rotinas operacionais do SCM.
Conclusão
A síntese da mensagem deste artigo é que o planejamento estratégico é um requisito fundamental para exercer o efetivo gerenciamento da logística, seja local (sua empresa) ou integrado (cadeia de abastecimento). Para tanto, existe muito conteúdo a ser elaborado, e estas definições estão sendo negligenciadas em muitas empresas, portanto concluímos que ainda existe uma distância significativa entre o que praticamos e aquilo que podemos considerar como as melhores práticas no Supply Chain Management. Nossa recomendação é que você aproveite para avaliar a sua empresa nestes termos e refletir sobre como melhorar algo nela.

Da tática à prática logística

Para a implementação das estratégias logisticas é preciso colocar em prática um planejamento tático dos processos logísticos.

Malha Logística

Em termos do planejamento da “geografia logística”, temos que focalizar sabiamente nossos limitados recursos ONDE serão mais efetivos ao atendimento. Existem várias técnicas para isto, entre as quais Network analysisDesign logistic process e Value Stream Mapping (VSM) são as mais populares.
Value Stream Mapping (VSM) é uma boa tecnica para representação gráfica do fluxo de materiais e informações ao longo da cadeia de abastecimento, na forma de um fluxograma. Apesar da recente popularização desta técnica, em função de suas virtudes é preciso lembrar que uma simbologia simples democratiza o entendimento pelos envolvidos. Outra ponderação é que a realidade do SCM geralmente é interdependente, o que implica que na pratica não existe uma cadeia única e isolada, mas inúmeras redes interrelacionadas, bem como consequencias desta configuração.
Desta forma procuramos representar através de um modelo uma realidade relevante e, utilizando softwares podemos simular a situação atual e as alternativas, quantificando as melhorias e gerando subsídios e conclusões muito enriquecedoras.
Ponderando vantagens, frequentemente utilizamos também outro método clássico empregado há décadas, que envolve o desenho da malha logística, baseado em uma simbologia normalizada, ilustrada pela figura a seguir:
malha_logistica_hipotetica

Enfim, qualquer que seja a metodologia adotada, a analise da rede se inicia com a esquematização da cadeia de abastecimento atual, buscando oportunidades internas e na rede através da redução das perdas. Deste esforço resulta uma malha logística proposta (mais enxuta e agil), que pode ser analisada de forma estática, através de análise de sensibilidade ou se utilizando de modelagem e simulação computacional.

Organograma

O segundo instrumento que recomendamos para o planejamento tático identifica e comunica QUEM tem autoridade e pelo quê é responsável na estrutura logística.
Na prática, o detalhamento dos recursos humanos exige mais do que apenas o desenvolvimento da descrição do cargo, perfil (competências, habilidade e postura) e finalmente remuneração de cada profissional. Em algum momento percebemos que não será suficiente apenas “caixas anonimas", sendo necessário ajustar as habilidades das pessoas frente aos desafios logísticos, produzindo um “personograma”. Tão importante quanto é elaborar uma programação de treinamentos e qualificação técnica e administrativa, bem como estruturar um plano de careira e politicas para retenção de talentos.

S&OP

O terceiro instrumento tático para o desdobramento do planejamento estratégico é o processo mensal conhecido por aqueles que o praticam como Sales and Operations Planning.
O processo S&OP possibilita a visualização da implementação das estratégias através de uma janela do tempo, buscando equilibrar (sincronizar), em termos de QUANDO, o lado da demanda (vendas) com o lado da oferta (logística de distribuição, produção e suprimentos).
Inicia com o detalhamento o plano mestre de Marketing e Vendas, através da previsão dos volumes que serão vendidos e quantificando o faturamento líquido esperado. Então, determinando as necessidades a produzir e comprar, através do Plano Mestre de Produção e Suprimentos, identifica gargalos em potencial, decidindo como contorna-los, determinando então quais serão as coberturas dos estoques.
Conhecidos o faturamento, estoques, compras e o gasto logístico total futuros, em valores monetários, se torna possivel apurar o orçamento no horizonte relevante. Se ainda agregamos nestes números os investimentos requeridos para implementar os projetos logisticos, então seremos capazes de antecipar os resultados economicos da empresa, bastando daí acompanhar alguns indicadores de desempenho gerencial e acionar algumas ações corretivas para assegurar que estas expectativas sejam alcançadas.

Tecnologia da Informação

Finalmente, nada disto funcionará sem o suporte do quarto instrumento: a moderna telemática. Como é de conhecimento geral, os softwares de gestão empresarial e logística estão em continua evolução. No atual estágio desta evolução, podemos afirmar que os sistemas Enterprise Resources Planning (ERP) já atingiram um expressivo grau de maturidade e estabilidade. No entanto, os especialistas julgam que ainda existe muito a ser desenvolvido nas categorias de soluções de Supply Chain Management (SCM), como pode ser observado, por exemplo, nos sistemas de Business Inteligence (BI) e modelos de Balanced Scorecard (BSC), nosAdvanced Planning Systems (APS), Supply Chain Execution (SCE), Warehouse Management Systems (WMS), Transportation Management Systems (TMS) e nos conduites de Vendor Management Inventory (VMI) Colaborative Planning and Forecasting Replishment (CPFR).
As soluções de SCM e SCE abrangem inumeras funcionalidades e seu escopo cresce tanto a cada dia que é impossivel relacionar todas as possibilidades neste artigo. Na pratica, podemos dizer que já dispomos da tecnologia de que necessitamos para a colaboração na cadeia de abastecimento, de forma que este desafio reside na realidade no aspecto comportamental, qualificando as pessoas e ampliando paradigmas para utilizar estes recursos com disciplina e confiabilidade.

Conclusão

Encerrando este artigo, sugerimos que você compartilhe estas considerações com aqueles que estão envolvidos com a gestão da cadeia de abastecimento e, após compararem estas propostas com a realidade atual da sua empresa, promovam uma conversa sobre possiveis melhorias.

Ferramentas de Planejamento

Quem gosta de siglas vai adorar este artigo, pois chegou o momento de relacionarmos as ferramentas para implementar os conceitos que abordamos no planejamento da cadeia de suprimentos.

Nos artigos anteriores abordei a necessidade de muito esforço no gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM) para atender as expectativas e requisitos das demandas, ainda mais quando este esforço envolve uma rede de parceiros.
A questão agora reside em como alinhar a programação dos diversos recursos, quando estes estão a serviço de diferentes empresas? Sabemos que um razoável grau de integração pode ser alcançado por meio de diversas soluções para gerenciamento de conteúdo e troca eletrônica e segura de documentos e outras informações. Soluções tais como internet, telecomunicações e até “conduites”, ou Enterprize Application Integration (EAI) para integração de sistemas de gestão empresarial contribuem bastante na comunicação, no entanto a persistência de rupturas no atendimento e estoques elevados demonstra onde a sincronização ainda é falha e pode – portanto – melhorar.
Percebemos que a tecnologia de informação (TI) aplicada ao SCM esta evoluindo rapidamente, de forma que ainda veremos de camorote muitas inovações e mudanças. Mesmo assim, uma importante lição já aprendida é que o alinhamento de toda a cadeia depende – antes da TI – do amadurecimento de valores, ultrapassando restrições políticas e fazendo a cadeia evoluir através destes estágios:

Estágio da coordenação: Quem deseja investir esforços na programação compartilhada enquanto os interesses são conflitantes? Assim, partindo de um relacionamento informal sem qualquer objetivo definido que caracterizou o relacionamento pré-TI, o SCM promove o primeiro salto inovador quando promove alguma cooperação inter-empresarial, firmando acordos estratégicos quanto a objetivos e indicadores comuns. Podemos relacionar contratos de fornecimento e SLA (Service Level Agreement) como instrumentos que identificam este estágio. Diversas empresas que fornecem equipamentos em missão crítica, com contratos de atendimento de peças de reposição servem de exemplo para ilustrar um supply chain bem coordenado.

Estágio da colaboração: Neste estágio já verificamos um relacionamento ainda mais maduro, que ultrapassa os contratos, com a capitalização de beneficios mutuos visiveis. Onde já existem vínculos de reciprocidade e comprometimento efetivos, cabe o planejamento colaborativo da demanda e da gestão dos estoques. Os sistemas kanban, milk run e VMI (Vendor Management Inventory) são exemplos destas práticas. Neste sentido, além de muito respeito, paciência e conversas entre as partes, algumas empresas que se relacionam com muitos parceiros contam com modernos Sistemas de Gerenciamento de Relacionamentos, tais como CRM (Customer Relationship Management, orientado aos Clientes), SRM (Supplier, fornecedores), PRM (Partner, parceiros comerciais) e ERM (Employee, empregados) para administar todos os detalhes operacionais destas relações.
Estes sistemas de CRM - por exemplo - podem administrar contatos, automação da força de vendas, captura de pedidos,fulfillment (atendimento), garantias, atendimento no campo e gestão de peças de reposição, logística reversa de produtos e materiais de merchandising e o costumer service.

Estágio da sincronização: Finalmente, aqui verificamos uma efetiva integração intima entre os sistemas de informações dos parceiros em tempo real, com uma programação e resposta efetiva, onde o fluxo se torna ágil e enxuto.  O CPFR (Colaborative Planning and Forecasting Replishment) e modernas soluções de EDI são estratégias deste estágio, que é praticado por empresas como Wal Mart e Dell. Podemos esperar mais mudanças conforme a TI evolue, tais como Sistemas de Inteligencia artificial e...

Na retaguarda do SCM

Supondo que sua empresa já tenha equacionado as principais variáveis de suas demandas, vejamos quais são as ferramentas para programação da oferta, isto é, da produção e das fontes de abastecimento, e como elas contribuem para o SCM.
  1. Previsão de vendas (forecast): Vários são os métodos para gerar uma previsão de vendas e, depois disto, ajustar os dados em função dos interesses da empresa, que chamamos de gerencimento da demanda, produzindo o plano de vendas por familia, SKU (item) e/ou praça, no horizonte de tempo necessário e suficiente. Planilhas, sistemas ERP e softwares especializados contribuem neste processo, mas dados acurados e senso crítico dos envolvidos são ainda mais criticos ao sucesso. Enquanto algumas empresas preferem estratégias baseadas em responder a demandas efetivas, outras apostam no monitoramento através do Supply Chain Intelligence, baseado em TI avançada, tais como BI/OLAP (Business Inteligence/On Line Analitical Processing).
  2. Gerenciamento de pedidos: Envolve a gestão da carteira de pedidos, com a programação das entregas (aprazamento) e priorização das pendências (back-orders).
  3. Programação: As principais ferramentas para estes processos incluem o algoritmo MRP (Material Requirements Planning),bem como o planejamento dos recursos da manufatura MRP-II (Manufacturing Resources Planning), e os modernos sistemas de Programação avançada de Capacidade finita (APS ou Advanced Planning Systems) {Veja box}.
  4. Gerenciamento do ciclo de vida do produto: Os PLM (Product Life Management) envolve o lançamento de novos produtos, requisição de informações, design (concepção) colaborativo, gerenciamento de portfolio, gerencimento de dados de produtos e descontinuidade de produtos.
  5. Gestão de estoques: Parametrização dinâmica dos estoques, WMS (Warehouse Management Systems) com middleware para controle nos check-points das transações, administração global dos estoques (disponibilidade na malha logística) e gerencimento de inventários.
  6. Aquisição: Entre os sistemas que apoiam as compras encontramos sistemas de importação, mercado eletrônico (marketplaces), desenvolvimento de fornecedores, gerenciamento de contratos, qualificação de fornecedores, gerencimento de desempenho e monitoramento, gerenciamento de custos, gerenciamento de riscos e aquisição consorciada.
  7. Transportes: Os TMS (Transportation Management systems) envolvem o planejamento dos recursos de distribuição, gerenciadores de frotas, fretes, e entregas, otimizadores de carga, roteirizadores, bem como soluções para monitoramento de riscos.
 Conclusão
Caro leitor, peço-lhe desculpas por tantos acrônimos neste artigo (no total contei vinte siglas diferentes), mas observe que procuramos relacionar todas as categorias de soluções para planejamento no SCM. Também vale a ressalva de que esta relação já pode estar obsoleta no momento em que digito estas últimas palavras, tal é a dinâmica desta especialidade.
Enfim, continue prestigiando estes artigos, pois em seguida abordaremos mais instrumentos da TI, especializados na execução e controle, bem como gerenciamento de projetos, tempo, decisões e riscos no SCM.